"Meu bem, já não precisa falar comigo dengosa assim... briga, para depois, ganhar mil carinhos de mim".
Sim, esse poderia ser o texto mais lindo de amor. E brega. Porque convenhamos, começar um texto com uma música de Erasmo Carlos ( de uma fita de Léo Jaime) não é lá da fineza mais romântica do mundo, né? Mas em se tratando de amor simples e de coração, pode até ser.
Porque pense bem. Gatinha Manhosa cantada em um pequeno café em Paris, multinstrumentada por um violino, seria sim a versão mais romântica do mundo. E charme maior teria se a gente encontrasse a mesma versão em uma pequena loja de vinil. Das antigas. ( e cantada em fracês, claro)
Mas o que vai mudar o rumo desse texto, que mais parece uma declaração de amor é dizer que esse amor aqui é de pai para filha. Ou agora, de filha para pai. Das lembranças que mais trago da vida é meu pai, cantando "gatinha manhosa" pra mim, lá pelos meus 4 anos. Embalando até dormir. Coisa fina é o amor. Parece que foi ontem que vi essa cena. Parece que foi ontem que também o vi me carregando - já pesada - e adormecida do sofá para cama. Às vezes eu até acordava, mas fingia dormir só por aqueles momentos. Só para sentir esse carinho. E hoje, vejo todo esse amor do meu pai para meu filho. E tudo parece tão diferente. Lógico que ele não cantaria "Gatinha Manhosa" Para Tiago. Mas o amor está ali, do mesmo jeito, na mesma fita, e no mesmo jeito de falar de amor. Tá no olhar. Nos olhos que brilham. E na calma que esteve presente desde o primeiro dia em que soube que seria avô. Não foi da melhor forma (perdão, pai), mas com toda a sua maturidade, talvez ele já soubesse o quanto essa história teria um final feliz.
Também foi ontem - quase ontem, apenas há alguns meses atrás - que ele me disse o quanto a vida não era fácil para ninguém. "não é um privilégio seu, filha". No fundo, eu sabia. Mas também foi ontem que ele disse que no meu lugar faria tudo do mesmo jeito. As mesmas escolhas, os mesmos caminhos. Porque ter filho é a melhor coisa do mundo. É ver um amor crescer a cada dia, sem medida, sem direção, de um tamanho que nem a gente acha que está preparado. E sempre estamos. E com toda a sua calma, meu pai me ensina o quanto é preciso ter coragem. O quanto é importante sonhar e nunca parar. E mais ainda: já parou para agradecer? Meu pai faz todos os problemas parecerem menores. Parece que com essa mania de dormir tão pouco, ele já sabe o que vai acontecer amanhã: tudo estará resolvido. Ou você não tem fé?
Sim, também foi ele que me ensinou a ter fé. A ter calma ( essa parte ainda não aprendi) e acima de tudo a tratar todo mundo, todos os dias com muito amor e carinho. Meu pai me ensinou a ter um coração grande. A ser determinada. E muito, mas muito, a ser mãe. Disso, não posso reclamar. Também não esqueço que ao dar a notícia de tiago para minha mãe, a primeira reação dela foi um sorriso. Mesmo em meio a tempestade. Tenho sorte.
E falando em tempestade, esse mesmo pai, passou por várias delas. E sempre aprendendo, sempre crescendo na fé, sempre forte. Falando assim, parece até um herói. Mas não. É o mesmo pai que cantava Gatinha Manhosa e me carregava para dormir. (com certeza, o super homem não escutaria esse tipo de música).
Ainda hoje ele me carrega. De um outro jeito, claro. Mas sempre de uma forma doce e sempre cheio de amor. Ele diz que no meu lugar não faria nada de diferente.
Claro que não. Eu aprendi com ele. E espero que meu filho também possa aprender.
Primeira lição: amar. Segunda: ter fé. Terceira: um abraço todo dia. Essse é o caminho que espero de Tiago. Do sofá pra cama, da cama pro sofá. ( aposto que ele também finge que já dormiu só para se sentir protegido).
Obrigada, pai, por tudo. O mar pode ser calmo. E sim, a música pode ser brega. Afinal, estamos falando de amor. :)
quinta-feira, 13 de dezembro de 2012
terça-feira, 27 de novembro de 2012
E por falar em saudade.
Faz tempo que falei com a saudade. Ela tinha uma voz mansa, como se fosse uma licença poética para não pedir licença para entrar. Ela pode fazer isso e invadir qualquer lugar. Pode ser terça-feira, às quatro da tarde. Não importa. Lá está ela no meio de tantos papéis, lembranças e até outros sentimentos.
A saudade tem um jeito que só ela sabe, de fazer o mundo parar e fazer, sem algum sentido, você ser a parte mais especial do meu mundo. Sim, você. Só pode ser mágica. E por mais que você não acreditasse, agora isso faz todo sentido.
Já era tarde da noite quando lembrei do quanto você me fazia feliz. É tarde para dizer que te amo? A saudade faz tudo parecer tão tarde, mas às vezes, é culpa dela apressar as coisas. A saudade traz essa urgência do abraço, que nem sempre temos.
aí é que está: como vou matar a saudade se ela não vai morrer nos teus braços?
você é daquelas pessoas bem fáceis de sentir saudade. Tem um sorriso que sempre vai me acompanhar em qualquer estação do ano. Até no inverno. Porque sabe, né? Mesmo triste, minha alma pode sorrir. Faz frio aqui dentro, mas teu sorriso cria essa espécie de ilusão que sempre vou estar protegido.
Tento me lembrar de suas qualidades e do quanto posso ser parecido com você. Talvez meus defeitos se tornem engraçados quando te lembram. Sim, em tudo te lembram, porque nunca mais vou te esquecer. E que engraçado: são nos meus defeitos onde mais vejo você. Será por que foi você que me ensinou a rir de mim mesmo?
E vai ser sempre você que vai fazer qualquer simples momento parecer uma mágica, quando é teu sorriso que vai me acompanhar. Será que você seguraria minhas mãos por qualquer inverno? Não sei, porque você foi embora antes mesmo de me responder,
Ou talvez porque não exista inverno perto de você. Que clichê dizer que é primavera. Pode ser outono? Outono tem a mesma mágica da saudade - talvez seja culpa das árvores que sempre perdem as folhas- e um pouco da melancolia. E essa sempre me lembra o quanto a despedida pode doer.
Doeu. Passou. Nunca me despedi de você. Às vezes acho que é porque ainda quero te abraçar o tempo todo. Mas a verdade mesmo é que você nunca foi embora.
Aqui, no meu coração, ainda é terça-feira, às quatro da tarde. E lá está você e essa sua mágica. Aparecendo no meio do nada. Aliás: é você, seu sorriso e seus defeitos.
Quer saber? Ainda é cedo para sentir saudade.
quinta-feira, 22 de novembro de 2012
Para Tico. (8 meses amanhã) E Dia de Ação de Graças hoje.
Lá de onde você veio, deve existir um mundo colorido que ofusca os dias mais tristes. E o nome disso é sorriso. E que sorriso! Você sorri com os olhos. E isso basta para que eu me apaixone todo dia por sua doçura. E isso basta para que eu seja a mãe mais feliz do mundo.
Lá de onde você veio, as pessoas fazem careta para árvores de natal e sorvetes de coco. Como pode? Por sinal, coisas que entram na lista das pequenas coisas que mais amo na vida. (dentre as pequenas coisas, é claro que você encabeça a lista).
E lá de onde você veio, a gente é capaz de aguentar várias noites sem sono. E simplesmente porque só de te carregar, não existe mais peso algum.
Engraçado, não era eu que chegava tão cansada em casa?
Lá de onde você veio, qualquer tristeza é passageira. E pequena para estragar tanta alegria. Deve ser esse tipo de chuva que brinca de desenhar no céu até virar um arco-íris. Eu também não vejo a hora de te ver desenhando.
Porque lá de onde você veio, os olhos brilham o tempo todo, e curiosidade é um jeito encantador e descobrir o mundo. E pra felicidade, você bate palma. ( porque é isso que você anda fazendo toda vez que eu sorrio para você) E pensando bem, acho que você também vai adorar o Natal. Você consegue bater palmas para a mesma árvore que ainda sente medo.
Lá de onde você veio, não existe medo. talvez susto. Mas é um exemplo de coragem ver como você, com pés tão pequenos, é capaz de desbravar o mundo. E por desbravar o mundo, eu entendo: apoiar-se em mim para você ficar em pé. E por isso, se sentir o mais forte e mais feliz do mundo.
Te prometo que deixarei você fazer isso a vida inteira. Porque daqui de onde eu vim, a gente cai muito mais. Mas ainda é cedo para você entender. Só quero que saiba, que estarei sempre lá. Ou aqui.
Muito embora, lá de onde você veio, não existe cedo demais. Domingo às 5:30 da manhã pode ter cara de parque de diversões. Como Pode?
E o engraçado é que sempre acordo porque vejo você olhando para mim. Mas daqui de onde estou, quando você dorme, passo um bom tempo olhando e agradecendo por você. Lá de onde você veio, você deve ser um anjinho. Pelo menos é o que me parece quando está sorrindo enquanto dorme.
E anjos também protegem a gente. Pensando bem, você é muito pequeno para tudo isso. Ou não.
Mas daqui de onde eu vim, amar também é uma forma de proteger. E pensando desse jeito, você também acaba de ganhar o mundo: além de mãe, posso ser sua super-mãe-heroína.
Meu amor é imenso. Por isso, hoje, eu agradeço a Deus por você existir em minha vida há 8 meses.
E a você, agradeço pelo sorrir com os olhos e pela risada meiga. ( desde que não seja às cinco e meia da manhã, né?)
=)
segunda-feira, 12 de novembro de 2012
quinta-feira, 23 de agosto de 2012
terça-feira, 7 de agosto de 2012
4 meses e meio de Tico
Parece que foi ontem que tentei te adivinhar, como quem escreve no escuro e não sabe como vai sair a letra.
E quem se importa com a letra quando se escreve uma carta de amor? Parece que foi ontem que eu tinha medo de te ver nascer e não saber o que fazer. E foi ontem que me senti tão realizada como mãe, quanto mulher. E tudo isso, devo a você. Porque foi você quem me ensinou a ter força, mesmo quando tudo parecia mais difícil, ou até impossível.
É você que ainda me ensina a ter força em seguir sempre em frente, em buscar o melhor para nós dois. Em ser melhor para nós dois. Com você, aprendi que o mar pode até não ser calmo, mas a gente sempre chega no lugar em paz, quando vamos devagar, e juntos. O nome disso é tranquilidade. A mesma tranquildade que vejo no teu sorriso quando está dormindo. Dizem que quando os bebês sorriem enquanto dormem, eles estão sonhando com os anjos. Mentira. Pra mim, eles estão se transformando em anjos, ali, naquele momento. Porque é naquele momento que penso que a vida tem mais sentido, como uma mágica. Como um céu que vai ficando em um azul tão claro e tão nítido, que até estrela pode brincar de ser sol. E nessa nitidez toda, podemos ver Deus bem ao nosso lado. Ao lado de nós dois.
E foi você que me ensinou que família é sempre a nossa casa. Sabe quando você viaja para longe, aproveita, mas sente um alívio quando volta? Esse abraço de saudade é, sim, a nossa família. E eu não poderia crescer sem descobrir esse valor. Eu não poderia te deixar crescer sem descobrir o quanto caloroso é o abraço dos avós.
Foi você que também me ensinou que chorar é um jeito de esvaziar a alma, principalmente, quando acordamos mais leves por isso. E falando em leveza, eu nunca pensei que ia achar lindo te ver sair do banho e morrer de rir olhando para um leão colado na parede. Existe sorriso melhor do que esse? Se chorar é esvaziar a alma, sorrir é encher a alma de carinho.
Eu ainda acredito que esse tipo de sorriso se chama felicidade. E quanto menos pretensiosa, mais doce ela é. Ou você acha que brigadeiro de Shopping é mais doce que brigadeiro de panela velha? Você ainda é novo para decidir isso. Mas tudo o que sei é que você já toma decisões por mim. Porque desde que tive você, minhas escolhas foram as mais acertadas.
Foi você que me ensinou a conviver com a saudade e fazer disso um presente que recebo todo dia. Porque é assim que me sinto quando chego em casa cansada e vejo o seu mini sorriso. Teu amor é minha maior recompensa.
Sabe aquele sonho de criança de todo dia ganhar um presente? Eu consegui realizar.
É preciso ser criança para virar mãe. E teu amor é esse presente, que todo dia vem com uma fita diferente, com um laço de uma cor.
Porque foi você que me ensinou que tudo por ser sim mais colorido. E somos nós que vamos desenhando os tons da vida. E se um dia parece meio cinza, não precisamos nos preocupar.
Aposto que o cinza vai ficar lindo combinado com outras cores. Eu já nem lembro mais como era a vida antes de você chegar.
Cinza talvez? Pode ser.
Só sei que foi preciso aprender tudo isso com você, para um dia, eu pode te ensinar alguma coisa.
E vou ficar feliz se a lição de tudo isso for um pouco desse amor.
( esse presente embalado com fitas que toda mãe gosta de dar aos filhos)
E quem se importa com a letra quando se escreve uma carta de amor? Parece que foi ontem que eu tinha medo de te ver nascer e não saber o que fazer. E foi ontem que me senti tão realizada como mãe, quanto mulher. E tudo isso, devo a você. Porque foi você quem me ensinou a ter força, mesmo quando tudo parecia mais difícil, ou até impossível.
É você que ainda me ensina a ter força em seguir sempre em frente, em buscar o melhor para nós dois. Em ser melhor para nós dois. Com você, aprendi que o mar pode até não ser calmo, mas a gente sempre chega no lugar em paz, quando vamos devagar, e juntos. O nome disso é tranquilidade. A mesma tranquildade que vejo no teu sorriso quando está dormindo. Dizem que quando os bebês sorriem enquanto dormem, eles estão sonhando com os anjos. Mentira. Pra mim, eles estão se transformando em anjos, ali, naquele momento. Porque é naquele momento que penso que a vida tem mais sentido, como uma mágica. Como um céu que vai ficando em um azul tão claro e tão nítido, que até estrela pode brincar de ser sol. E nessa nitidez toda, podemos ver Deus bem ao nosso lado. Ao lado de nós dois.
E foi você que me ensinou que família é sempre a nossa casa. Sabe quando você viaja para longe, aproveita, mas sente um alívio quando volta? Esse abraço de saudade é, sim, a nossa família. E eu não poderia crescer sem descobrir esse valor. Eu não poderia te deixar crescer sem descobrir o quanto caloroso é o abraço dos avós.
Foi você que também me ensinou que chorar é um jeito de esvaziar a alma, principalmente, quando acordamos mais leves por isso. E falando em leveza, eu nunca pensei que ia achar lindo te ver sair do banho e morrer de rir olhando para um leão colado na parede. Existe sorriso melhor do que esse? Se chorar é esvaziar a alma, sorrir é encher a alma de carinho.
Eu ainda acredito que esse tipo de sorriso se chama felicidade. E quanto menos pretensiosa, mais doce ela é. Ou você acha que brigadeiro de Shopping é mais doce que brigadeiro de panela velha? Você ainda é novo para decidir isso. Mas tudo o que sei é que você já toma decisões por mim. Porque desde que tive você, minhas escolhas foram as mais acertadas.
Foi você que me ensinou a conviver com a saudade e fazer disso um presente que recebo todo dia. Porque é assim que me sinto quando chego em casa cansada e vejo o seu mini sorriso. Teu amor é minha maior recompensa.
Sabe aquele sonho de criança de todo dia ganhar um presente? Eu consegui realizar.
É preciso ser criança para virar mãe. E teu amor é esse presente, que todo dia vem com uma fita diferente, com um laço de uma cor.
Porque foi você que me ensinou que tudo por ser sim mais colorido. E somos nós que vamos desenhando os tons da vida. E se um dia parece meio cinza, não precisamos nos preocupar.
Aposto que o cinza vai ficar lindo combinado com outras cores. Eu já nem lembro mais como era a vida antes de você chegar.
Cinza talvez? Pode ser.
Só sei que foi preciso aprender tudo isso com você, para um dia, eu pode te ensinar alguma coisa.
E vou ficar feliz se a lição de tudo isso for um pouco desse amor.
( esse presente embalado com fitas que toda mãe gosta de dar aos filhos)
segunda-feira, 16 de abril de 2012
meu aniversário
Hoje é o dia em que eu nasci. E que significado tem pensar exatamente no dia em que nasci. Imagino todos os preparativos da minha mãe. Meu pai ( super pai) correndo. Minhas irmãs com olhares desconfiados. Diz minha mãe que toda vez que uma irmã nascia, a "velha" ganhava um presente do neném. Imagino que todos choraram com mais um milagre. Ter filho é um milagre tão grande, que só Deus conseguiria explicar. E às vezes, em linhas tortas. Às vezes sem planejamento, como foi o meu caso. Não o dia em que eu nasci, mas o dia em que nasci como mãe, assim como a minha.
Porque não tem como passar meu aniversário hoje sem pensar no sentido de tudo isso. O nascimento de Tiago já é uma lembrança. Aquele olhinho já me procurando. Brilhando diante de tantas lágrimas. Aquele olhinho procurando o peito, e encontrando meu coração batendo mais forte.
Forte como eu. Não tem como virar mãe sem ser forte. Principalmente, depois de tudo o que passamos. E passou.
E hoje, 27 anos depois de imaginar como minha mãe se sentiu, eu não me importo com comemoracão. Não reservei uma mesa e fiquei preocupada com a quantidade de convidados. Por mais amigos que você tenha, sempre bate aquela aflição/vergonha: e se a mesa ficar vazia? Porque isso tudo pareceu, de repente, vazio. Não pensei se escolhi o "bar" certo.
Hoje não penso se vou pedir um vestido ou um sapato de aniversário para meu pai. Sim, ele sempre gosta de presentear. Não acordei de meio-dia e não pedi meu bolo preferido de doce de leite, a contragosto da minha mãe: as pessoas preferem chocolate. (já comi cheesecake ontem, rá)
Não acordei com a ligação do meu pai me fazendo chorar. Nem ouvi minha mãe dizer, que há 27 anos eu era o bebê mais lindo e maior da maternidade. História que tanto me cansei de ouvir.
Hoje acordei e pensei: o meu bebê era o mais lindo da maternidade e não existe presente melhor. E como todo presente, esse é sim, um lindo pacotinho. Mas não vem embalado em fitas. Como os melhores presentes, ele vem carregado de significado especial. Ele trouxe o sentido de família que talvez há alguns anos eu tivesse esquecido em alguma gaveta ou "abandonado" em algum porta-retrato. Hoje, está vivo em mim. Não existe nada melhor e mais inteiro do que resgatar todo o sentido de família. Proximidade. Calor. União. É um porto-seguro, verdade.
E pra mim, esse porto bem perto do mar.
Por isso, hoje eu acordei bem cedo. Fiquei sozinha com meu filho, olhei nos olhos dele e disse: não existe presente melhor. E a cada aniversário, pretendo repetir a lembrança do olhinho dele me procurando. Achou, meu amor. Achou o meu melhor.
Hoje, o significado do meu dia é tudo de bom que tiago resgatou. O sentido do amor.
Estava cansada de caixas de presentes vazias. Nunca me senti tão cheia. Cheia de amor. Completa.
Hoje talvez seja o dia em que eu nasci. Nasci como mãe, completa e cheia de amor.
:)
Porque não tem como passar meu aniversário hoje sem pensar no sentido de tudo isso. O nascimento de Tiago já é uma lembrança. Aquele olhinho já me procurando. Brilhando diante de tantas lágrimas. Aquele olhinho procurando o peito, e encontrando meu coração batendo mais forte.
Forte como eu. Não tem como virar mãe sem ser forte. Principalmente, depois de tudo o que passamos. E passou.
E hoje, 27 anos depois de imaginar como minha mãe se sentiu, eu não me importo com comemoracão. Não reservei uma mesa e fiquei preocupada com a quantidade de convidados. Por mais amigos que você tenha, sempre bate aquela aflição/vergonha: e se a mesa ficar vazia? Porque isso tudo pareceu, de repente, vazio. Não pensei se escolhi o "bar" certo.
Hoje não penso se vou pedir um vestido ou um sapato de aniversário para meu pai. Sim, ele sempre gosta de presentear. Não acordei de meio-dia e não pedi meu bolo preferido de doce de leite, a contragosto da minha mãe: as pessoas preferem chocolate. (já comi cheesecake ontem, rá)
Não acordei com a ligação do meu pai me fazendo chorar. Nem ouvi minha mãe dizer, que há 27 anos eu era o bebê mais lindo e maior da maternidade. História que tanto me cansei de ouvir.
Hoje acordei e pensei: o meu bebê era o mais lindo da maternidade e não existe presente melhor. E como todo presente, esse é sim, um lindo pacotinho. Mas não vem embalado em fitas. Como os melhores presentes, ele vem carregado de significado especial. Ele trouxe o sentido de família que talvez há alguns anos eu tivesse esquecido em alguma gaveta ou "abandonado" em algum porta-retrato. Hoje, está vivo em mim. Não existe nada melhor e mais inteiro do que resgatar todo o sentido de família. Proximidade. Calor. União. É um porto-seguro, verdade.
E pra mim, esse porto bem perto do mar.
Por isso, hoje eu acordei bem cedo. Fiquei sozinha com meu filho, olhei nos olhos dele e disse: não existe presente melhor. E a cada aniversário, pretendo repetir a lembrança do olhinho dele me procurando. Achou, meu amor. Achou o meu melhor.
Hoje, o significado do meu dia é tudo de bom que tiago resgatou. O sentido do amor.
Estava cansada de caixas de presentes vazias. Nunca me senti tão cheia. Cheia de amor. Completa.
Hoje talvez seja o dia em que eu nasci. Nasci como mãe, completa e cheia de amor.
:)
domingo, 8 de abril de 2012
Um mais um.
Um mais Um
Era uma vez uma menina que muito entendia, mas pouco sabia. Aliás, das poucas coisas que ela sabia, ela descobria um pouco dela. Ela era uma menina-meia. Ou uma meia-menina. Cada vez mais que se descobria, ela inventava um novo sentimento. Um dia, simplesmente, ela descobriu o vazio, então de lá pra cá, ela começou a ficar mais leve, andar seguindo o vento. E andar seguindo o vento para ela, de repente virou uma vida ao acaso.
Um dia essa menina já quis ganhar flores, já quis ser amada, já quis viver em um filme de amor. Embora, muitas vezes, ela deseje apenas os curtos instantes de adrenalina-consciência de um filme de terror. Então, ela descobriu que não se vive apenas de anjos. Por mais vazia, mais incompleta que ela seja não significa que ela chegará até as nuvens.
Essa menina descartou a idéia de ganhar flores. Por que ganhar flores, se ela pode ganhar uma nave espacial? Mas pra quê uma nave espacial, se ela pode flutuar com seu próprio peso de ser vazia? Não se sabe. Ela só descobriu que podia tentar ganhar o mundo. Então, começou uma história em busca da descoberta de todos os sentimentos verdadeiros, e por que não, a busca dos sentimentos contrários.
De tanto desejar ganhar o mundo, essa menina perdeu milhões de concursos por aí, pelo meio do caminho, treinando possibilidades. Primeiro, ela tentou ganhar uma bicicleta. Mas teve certeza de que o concurso havia sido forjado. Depois, ela quis ganhar uma cozinha completa para sua mãe. Mas no mês anterior, nem a geladeira ela ganhara. Então, essa menina partiu para chocolates, canetas, e até cartas. Mas cansou de tentar ganhar o mundo dessa maneira. Foi assim, que ela começou a colecionar estrelas. A cada dia, o céu dava uma estrela. Em alguns dias, dependendo do humor dessa menina, ela ganhava três. Mas três são uma. Por que essas três, de tão completas, perderam-se em uma só, como uma cruz. Sem pai, sem filho e sem espírito.
A partir desse dia, essa menina traçou uma linha imaginária pelo mundo. Quer dizer, ela não traçou sozinha, apenas teve a idéia, quando ganhou de presente de aniversário, uma estrela cadente. Simplesmente ela dividiu o mundo em duas partes: Quem é um e Quem são dois. Começou a se descobrir um pouco mais a cada dia, até descobrir que ficar sozinha não é tão ruim.
Ela descobriu que tudo que precisa sentir para viver é muito mais físico e racional do que parece. Seus olhos já são dois. São completos e podem criar vida própria. Então, ela descobriu que se um dia chegasse a amar tanto alguém que porventura sentisse ciúmes, olhar para outro não seria nada demais. Afinal, seus olhos são completos.
Já o seu olfato, é outra história. É muito mais uma sensação única que ela estava simplesmente procurando, e não achava como antes fizera seus olhos. Seu pequeno nariz era um só. Por isso, que outrora, ela tanto quis ganhar flores. Ela ainda era muito inocente, e achava que a alma para ser tocada, precisa de mais um. Precisa sentir. A partir desse dia, essa menina começou a colecionar perfumes. Aroma de carinho, aroma de açúcar queimado, aroma até de fim de feira, ou de espirro de filhote de cachorro.
Mas o mundo dividido já estava ficando complicado, cheio de possibilidades. Se olhar não significava nada porque seus olhos já eram completos, o que ela poderia dizer das mãos?
Essa menina já estava começando a desacreditar da estrela cadente, quando sentiu que sua mão na verdade era Quem é um. Direita e esquerda, cada uma com possibilidades diferentes. Desde pequena, essa menina pulava amarelinha com a perna direita, mas só sabia escrever com a esquerda. E muitas vezes, enquanto a mão direita a conduzia para um caminho novo, cheio de tentações e novas possibilidades, a mão esquerda queria continuar andando reta. O pior era a mania das mãos de tentar ser uma só. A mão fechada, impossibilitada de segurar o mundo, aquele grande mundo que essa menina tanto quis ganhar.
Os seus pés também, às vezes imitavam as mãos. Pegadas indistintas. Caminhos ocultos. A menina não acreditava que ambos os lados, a conduziriam a um único caminho. Ela acredita nas diferenças. Sentava na areia e ficava descobrindo cada detalhe de cada pegada. Mas foi em num dia desses, pensando seguir a pegada direita, das linhas retas e firmes, que ela começou a se desviar, e sem querer, entrou em um mundo novo, ainda para ser explorado.
A menina descobriu o amor. Então ela descobriu que a todo custo, mesmo com cada unidade solitária, em cada parte do mundo de Quem é um, as diferenças sempre levam para o mundo de Quem é dois.
O caminho estava errado, a matemática não funcionou, ela não conheceu tampouco a causa. Mas ela descobriu que não há explicação para o que não se explica. Quem é um não pode ser sempre um, por que o mundo é muito grande para apenas duas mãos que nunca entram em acordo.
Quando essa menina descobriu que Quem é um, somado com Quem é um, pode dar dois e ao mesmo tempo um, ela descobriu que pode ganhar o que quiser. Sem concursos. Pode ganhar Flores, chocolates, verdades e até desilusões. Pode ser completa e ao mesmo tempo vazia, porque virou uma.
Ela descobriu que pelo caminho errado, ela pode ganhar o mundo.
Era uma vez uma menina que muito entendia, mas pouco sabia. Aliás, das poucas coisas que ela sabia, ela descobria um pouco dela. Ela era uma menina-meia. Ou uma meia-menina. Cada vez mais que se descobria, ela inventava um novo sentimento. Um dia, simplesmente, ela descobriu o vazio, então de lá pra cá, ela começou a ficar mais leve, andar seguindo o vento. E andar seguindo o vento para ela, de repente virou uma vida ao acaso.
Um dia essa menina já quis ganhar flores, já quis ser amada, já quis viver em um filme de amor. Embora, muitas vezes, ela deseje apenas os curtos instantes de adrenalina-consciência de um filme de terror. Então, ela descobriu que não se vive apenas de anjos. Por mais vazia, mais incompleta que ela seja não significa que ela chegará até as nuvens.
Essa menina descartou a idéia de ganhar flores. Por que ganhar flores, se ela pode ganhar uma nave espacial? Mas pra quê uma nave espacial, se ela pode flutuar com seu próprio peso de ser vazia? Não se sabe. Ela só descobriu que podia tentar ganhar o mundo. Então, começou uma história em busca da descoberta de todos os sentimentos verdadeiros, e por que não, a busca dos sentimentos contrários.
De tanto desejar ganhar o mundo, essa menina perdeu milhões de concursos por aí, pelo meio do caminho, treinando possibilidades. Primeiro, ela tentou ganhar uma bicicleta. Mas teve certeza de que o concurso havia sido forjado. Depois, ela quis ganhar uma cozinha completa para sua mãe. Mas no mês anterior, nem a geladeira ela ganhara. Então, essa menina partiu para chocolates, canetas, e até cartas. Mas cansou de tentar ganhar o mundo dessa maneira. Foi assim, que ela começou a colecionar estrelas. A cada dia, o céu dava uma estrela. Em alguns dias, dependendo do humor dessa menina, ela ganhava três. Mas três são uma. Por que essas três, de tão completas, perderam-se em uma só, como uma cruz. Sem pai, sem filho e sem espírito.
A partir desse dia, essa menina traçou uma linha imaginária pelo mundo. Quer dizer, ela não traçou sozinha, apenas teve a idéia, quando ganhou de presente de aniversário, uma estrela cadente. Simplesmente ela dividiu o mundo em duas partes: Quem é um e Quem são dois. Começou a se descobrir um pouco mais a cada dia, até descobrir que ficar sozinha não é tão ruim.
Ela descobriu que tudo que precisa sentir para viver é muito mais físico e racional do que parece. Seus olhos já são dois. São completos e podem criar vida própria. Então, ela descobriu que se um dia chegasse a amar tanto alguém que porventura sentisse ciúmes, olhar para outro não seria nada demais. Afinal, seus olhos são completos.
Já o seu olfato, é outra história. É muito mais uma sensação única que ela estava simplesmente procurando, e não achava como antes fizera seus olhos. Seu pequeno nariz era um só. Por isso, que outrora, ela tanto quis ganhar flores. Ela ainda era muito inocente, e achava que a alma para ser tocada, precisa de mais um. Precisa sentir. A partir desse dia, essa menina começou a colecionar perfumes. Aroma de carinho, aroma de açúcar queimado, aroma até de fim de feira, ou de espirro de filhote de cachorro.
Mas o mundo dividido já estava ficando complicado, cheio de possibilidades. Se olhar não significava nada porque seus olhos já eram completos, o que ela poderia dizer das mãos?
Essa menina já estava começando a desacreditar da estrela cadente, quando sentiu que sua mão na verdade era Quem é um. Direita e esquerda, cada uma com possibilidades diferentes. Desde pequena, essa menina pulava amarelinha com a perna direita, mas só sabia escrever com a esquerda. E muitas vezes, enquanto a mão direita a conduzia para um caminho novo, cheio de tentações e novas possibilidades, a mão esquerda queria continuar andando reta. O pior era a mania das mãos de tentar ser uma só. A mão fechada, impossibilitada de segurar o mundo, aquele grande mundo que essa menina tanto quis ganhar.
Os seus pés também, às vezes imitavam as mãos. Pegadas indistintas. Caminhos ocultos. A menina não acreditava que ambos os lados, a conduziriam a um único caminho. Ela acredita nas diferenças. Sentava na areia e ficava descobrindo cada detalhe de cada pegada. Mas foi em num dia desses, pensando seguir a pegada direita, das linhas retas e firmes, que ela começou a se desviar, e sem querer, entrou em um mundo novo, ainda para ser explorado.
A menina descobriu o amor. Então ela descobriu que a todo custo, mesmo com cada unidade solitária, em cada parte do mundo de Quem é um, as diferenças sempre levam para o mundo de Quem é dois.
O caminho estava errado, a matemática não funcionou, ela não conheceu tampouco a causa. Mas ela descobriu que não há explicação para o que não se explica. Quem é um não pode ser sempre um, por que o mundo é muito grande para apenas duas mãos que nunca entram em acordo.
Quando essa menina descobriu que Quem é um, somado com Quem é um, pode dar dois e ao mesmo tempo um, ela descobriu que pode ganhar o que quiser. Sem concursos. Pode ganhar Flores, chocolates, verdades e até desilusões. Pode ser completa e ao mesmo tempo vazia, porque virou uma.
Ela descobriu que pelo caminho errado, ela pode ganhar o mundo.
segunda-feira, 19 de março de 2012
Quase 9 meses
Noves meses passam rápido.
Talvez porque tudo passa. E somente por isso.
E depois que tudo passa, vira uma vírgula. Medos deixam de ser interrogações para servirem de exclamação: sinônimo de desafio.
Porque foram assim por 9 meses. Mas não sei dizer, se pra mim, passaram rápido, ou se ainda estão passando como um filme em câmera lenta.
Seria mais fácil dizer que passou rápido: verdade. Resposta rápida para quem vê de fora. De lá pra cá, o que era apenas um coração de bebê, transformou o meu coração em uma melancia do tamanho da minha barriga. Mas quando lembro de tudo o que passamos. Ai que tempo lento. Como se arrastou. Por isso, só respondo dizendo: passou.
Passou sem ter ninguém para soprar cada feridinha dizendo que vai ficar tudo bem. A gente sabe que virou adulto quando nós mesmos, em meio ao sofrimento, dizemos: "vai ficar tudo bem, marcela".
É essa mesma voz que nos faz escolher enfrentar cada dia e levantar a cada queda, enquanto teria sido muito mais confortável ficar na cama.
Muitas vezes escolhi: vou passar o resto dos 9 meses nessa cama, no escuro.
Ainda bem que mudei de idéia. Eu não teria conhecido pessoas maravilhosas, sempre dispostas a ajudar e te dar carinho e amor, de graça.
Eu não teria acordado feliz só por ver o sol, me sentindo a grávida mais bonita do mundo. A barriga me deu meses de beleza. Deu um estado de graça semelhante ao que Deus faz por nós: favor imerecido dos céus.
Eu provavelmente não teria comido morango com doce de leite com muito mais desejo. Do que adianta o amor se a gente não o abraça com todo o nosso coração? Bom dia sem beijo é café sem açúcar: tem quem goste.
Eu não teria sentido tanta raiva. Verdade. Mas também não teria aprendido a conviver com ela para assim, viver sem ela.
Eu não teria pensado no sentido do perdão por tantas vezes. Mesmo que tenha desistido dele por outras tantas.
Não teria pensado no amor como estado maior, necessário e vital, e a paixão como algo tão pequeno e passageiro. Tão passageiro como esse tempo que agora está indo embora. Intenso para tornar lento. Porém sempre rápido quando se acaba.
Eu também não teria encontrado força de onde não tinha mais. Força quando todo mundo tinha ido embora. Não teria aprendido a tomar decisões. E muito menos entendido que por mais que a ansiedade te faça pedir mil conselhos, não existe solidão maior do que tomar uma decisão.
Não tem como culpar ninguém por nossos erros. Mas o que podemos fazer é recomeçar sempre que reconhecemos um. O que já é um bom começo, afinal, conheço gente que passou dos 60 e ainda não reconhece erros.
Bom, talvez eu não tivesse me deparado tantas vezes com o pior de mim. Mas o que é a vida sem essa oportunidade de amadurecer? Como posso construir quem sou, sem sozinho por completo, se não me conhecer, a ponto de reconhecer o meu pior?
Eu também não teria aprendido a ser completamente independente. E mais uma vez, aqui, coloco uma exclamação: desafio. Não existe maturidade se dependermos de alguém. É um confronto que dói, mas nos torna maiores do que achamos que podemos ser.
Eu não teria sentido tanto medo. Não teria confundido o medo do escuro com o medo da responsabilidade de ser mãe. Não teria me reconhecido tão egoísta por ter medo de abdicar da minha própria solidão, do "faço o que quero", para agora, cuidar de um ser tão pequeno e dependente de mim.
Cheguei até pensar muitas vezes que sentia saudade de quem eu era. De inventar paixões para ter um sentido de vida. De acordar com o coração acelerado por bobagem. Ou saber que amanhã aquilo iria viria uma desilusão, pequena, mas que em vez de me acrescentar alma, ia me tornar ainda mais vazia.
Porque também aprendi a não sentir mais vazia. Medo, normal: o que seria a coragem sem medo? Mas sentido mesmo de vida é aprender a crescer com as dores. Aprender a amar com as dores.
É passar uma noite chorando com medo do futuro e quando colocar os pés nesse mesmo futuro pensar: "foi mais fácil do que eu imaginava".
Não foi mais fácil do que eu imaginava. Foi infinitamente mais duro e doloroso do que eu pensava que poderia agüentar. A diferença é que agüentei de forma mais fácil, mais sutil. Que me tornei muito maior que isso.
E sim, acabou sendo mais fácil. E por isso, o tempo acabou passando um pouco rápido, relativamente.
Ontem era uma sementinha que precisava ser regada. Talvez com lágrimas. Hoje, uma árvore que ninguém é capaz de derrubar. Por mais brega que isso pareça, é para ser brega mesmo.
Porque seria impossível escrever uma carta de 9 meses de gravidez sem ser brega. Gravidez é amor. É amor que vai-se gerando aos poucos. E o amor pra mim é brega.
Ele vai crescendo, ganhando vida. Notou que é a gestação pode ser a metáfora mais bonita para o amor?
Ou você ainda acha que se ama como um insight e só se tem segurança no amor naquilo que se conhece profundamente? ou mesmo que para amar, afinidades se bastam?
não!
Se eu tivesse escolhido não me levantar da cama e ver o sol para a amar a lua, não teria entendido que a gravidez é a principal metáfora para o amor.
Começa aos poucos. Assusta. Não sabemos quem somos mais. Vai crescendo. Intenso. Muito intenso. Dói. Magoa. Mas vamos aprendendo a admistrar essa overdorse de sentimentos malucos, contraditórios. E como aprendemos. Vamos crescendo por dentro e por fora.
Vamos aprendendo a apreciar. Enxergamos o lado bom e ficamos mais leve apesar do "peso" e responsabilidade que tudo isso implica. As vezes queremos chorar. Mas na maioria queremos sorrir com gigantes panelas de brigadeiros.
Tudo ganha mais sentido, mais vida e mais cor. E mesmo que a vida seja difícil, é impossível desistir: há um sentido maior. Passamos da fase da paixão. Crescemos muito mais que isso.
E depois? vida. o milagre da vida.
=)
Foram 9 meses difíceis. Mas hoje posso dizer que minha vida não poderia ter mais sentido sem tudo o que aprendi. O amor cresceu com a minha própria força. Já não preciso inventar paixões e sentidos de vida.
Com isso termino essa carta, dizendo:
Pode vir, meu filho, meu Tiago, meu pequeno grande amor. Mamãe está preparada para receber você.
No dia 30 de julho de 2011, eu nunca imaginaria que um dia escreveria isso. É por isso que dizem: devemos viver um dia de cada vez.
E amar em todos eles.
Marcela, 38 semanas de Tiaguinho. A sementinha que virou amor.
Talvez porque tudo passa. E somente por isso.
E depois que tudo passa, vira uma vírgula. Medos deixam de ser interrogações para servirem de exclamação: sinônimo de desafio.
Porque foram assim por 9 meses. Mas não sei dizer, se pra mim, passaram rápido, ou se ainda estão passando como um filme em câmera lenta.
Seria mais fácil dizer que passou rápido: verdade. Resposta rápida para quem vê de fora. De lá pra cá, o que era apenas um coração de bebê, transformou o meu coração em uma melancia do tamanho da minha barriga. Mas quando lembro de tudo o que passamos. Ai que tempo lento. Como se arrastou. Por isso, só respondo dizendo: passou.
Passou sem ter ninguém para soprar cada feridinha dizendo que vai ficar tudo bem. A gente sabe que virou adulto quando nós mesmos, em meio ao sofrimento, dizemos: "vai ficar tudo bem, marcela".
É essa mesma voz que nos faz escolher enfrentar cada dia e levantar a cada queda, enquanto teria sido muito mais confortável ficar na cama.
Muitas vezes escolhi: vou passar o resto dos 9 meses nessa cama, no escuro.
Ainda bem que mudei de idéia. Eu não teria conhecido pessoas maravilhosas, sempre dispostas a ajudar e te dar carinho e amor, de graça.
Eu não teria acordado feliz só por ver o sol, me sentindo a grávida mais bonita do mundo. A barriga me deu meses de beleza. Deu um estado de graça semelhante ao que Deus faz por nós: favor imerecido dos céus.
Eu provavelmente não teria comido morango com doce de leite com muito mais desejo. Do que adianta o amor se a gente não o abraça com todo o nosso coração? Bom dia sem beijo é café sem açúcar: tem quem goste.
Eu não teria sentido tanta raiva. Verdade. Mas também não teria aprendido a conviver com ela para assim, viver sem ela.
Eu não teria pensado no sentido do perdão por tantas vezes. Mesmo que tenha desistido dele por outras tantas.
Não teria pensado no amor como estado maior, necessário e vital, e a paixão como algo tão pequeno e passageiro. Tão passageiro como esse tempo que agora está indo embora. Intenso para tornar lento. Porém sempre rápido quando se acaba.
Eu também não teria encontrado força de onde não tinha mais. Força quando todo mundo tinha ido embora. Não teria aprendido a tomar decisões. E muito menos entendido que por mais que a ansiedade te faça pedir mil conselhos, não existe solidão maior do que tomar uma decisão.
Não tem como culpar ninguém por nossos erros. Mas o que podemos fazer é recomeçar sempre que reconhecemos um. O que já é um bom começo, afinal, conheço gente que passou dos 60 e ainda não reconhece erros.
Bom, talvez eu não tivesse me deparado tantas vezes com o pior de mim. Mas o que é a vida sem essa oportunidade de amadurecer? Como posso construir quem sou, sem sozinho por completo, se não me conhecer, a ponto de reconhecer o meu pior?
Eu também não teria aprendido a ser completamente independente. E mais uma vez, aqui, coloco uma exclamação: desafio. Não existe maturidade se dependermos de alguém. É um confronto que dói, mas nos torna maiores do que achamos que podemos ser.
Eu não teria sentido tanto medo. Não teria confundido o medo do escuro com o medo da responsabilidade de ser mãe. Não teria me reconhecido tão egoísta por ter medo de abdicar da minha própria solidão, do "faço o que quero", para agora, cuidar de um ser tão pequeno e dependente de mim.
Cheguei até pensar muitas vezes que sentia saudade de quem eu era. De inventar paixões para ter um sentido de vida. De acordar com o coração acelerado por bobagem. Ou saber que amanhã aquilo iria viria uma desilusão, pequena, mas que em vez de me acrescentar alma, ia me tornar ainda mais vazia.
Porque também aprendi a não sentir mais vazia. Medo, normal: o que seria a coragem sem medo? Mas sentido mesmo de vida é aprender a crescer com as dores. Aprender a amar com as dores.
É passar uma noite chorando com medo do futuro e quando colocar os pés nesse mesmo futuro pensar: "foi mais fácil do que eu imaginava".
Não foi mais fácil do que eu imaginava. Foi infinitamente mais duro e doloroso do que eu pensava que poderia agüentar. A diferença é que agüentei de forma mais fácil, mais sutil. Que me tornei muito maior que isso.
E sim, acabou sendo mais fácil. E por isso, o tempo acabou passando um pouco rápido, relativamente.
Ontem era uma sementinha que precisava ser regada. Talvez com lágrimas. Hoje, uma árvore que ninguém é capaz de derrubar. Por mais brega que isso pareça, é para ser brega mesmo.
Porque seria impossível escrever uma carta de 9 meses de gravidez sem ser brega. Gravidez é amor. É amor que vai-se gerando aos poucos. E o amor pra mim é brega.
Ele vai crescendo, ganhando vida. Notou que é a gestação pode ser a metáfora mais bonita para o amor?
Ou você ainda acha que se ama como um insight e só se tem segurança no amor naquilo que se conhece profundamente? ou mesmo que para amar, afinidades se bastam?
não!
Se eu tivesse escolhido não me levantar da cama e ver o sol para a amar a lua, não teria entendido que a gravidez é a principal metáfora para o amor.
Começa aos poucos. Assusta. Não sabemos quem somos mais. Vai crescendo. Intenso. Muito intenso. Dói. Magoa. Mas vamos aprendendo a admistrar essa overdorse de sentimentos malucos, contraditórios. E como aprendemos. Vamos crescendo por dentro e por fora.
Vamos aprendendo a apreciar. Enxergamos o lado bom e ficamos mais leve apesar do "peso" e responsabilidade que tudo isso implica. As vezes queremos chorar. Mas na maioria queremos sorrir com gigantes panelas de brigadeiros.
Tudo ganha mais sentido, mais vida e mais cor. E mesmo que a vida seja difícil, é impossível desistir: há um sentido maior. Passamos da fase da paixão. Crescemos muito mais que isso.
E depois? vida. o milagre da vida.
=)
Foram 9 meses difíceis. Mas hoje posso dizer que minha vida não poderia ter mais sentido sem tudo o que aprendi. O amor cresceu com a minha própria força. Já não preciso inventar paixões e sentidos de vida.
Com isso termino essa carta, dizendo:
Pode vir, meu filho, meu Tiago, meu pequeno grande amor. Mamãe está preparada para receber você.
No dia 30 de julho de 2011, eu nunca imaginaria que um dia escreveria isso. É por isso que dizem: devemos viver um dia de cada vez.
E amar em todos eles.
Marcela, 38 semanas de Tiaguinho. A sementinha que virou amor.
quarta-feira, 14 de março de 2012
Das verdades de " Mania de Explicação"
Decepção é quando você risca em algo ou em alguém um xis preto ou vermelho.
quinta-feira, 1 de março de 2012
maternidade
Essa alegria que você sente explodindo com a proximidade, mesmo que tenha motivos para chorar.
Essa paz que invade o coração e deixa o mar tão calmo.
Essa força que se transforma em amor.
Essa luz que já posso ver e posso sentir.
"não estou cabendo em mim".
<3
Essa paz que invade o coração e deixa o mar tão calmo.
Essa força que se transforma em amor.
Essa luz que já posso ver e posso sentir.
"não estou cabendo em mim".
<3
quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012
domingo, 26 de fevereiro de 2012
Um pequeno coração
Filho,
Falta pouco para deixarmos de ser um só. Isso poderia soar como uma carta de despedida, afinal, daqui a pouco você e eu não seremos um só coração, dividindo emoções que foram intensas.
Mas talvez, essa seja a única despedida que vem como motivo de alegria: vou poder abraçar você, esquentando com minhas próprias mãos. Vou poder apertar sua bochecha e beijar o seu pé.
Imagino que eles tenham tons de rosa. Assim como meu coração vai voltar a ser: rosinha, em um tom de criança, porque nesse dia, estarei nascendo de novo.
Estaremos nós dois nascendo para um mundo. Que espero, eu finalmente, seja colorido.
Faz alguns meses que não vejo cores. Que tudo parece cinza e você é meu único motivo, minha única força, minha única luz.
Por isso, descobriremos juntos esse mundo novo, repleto de doces e delicados sons, chocalhos, de vida e sorrisos.
Através de você, vou nascer de novo como mulher e pela primeira vez como mãe.
Uma mãe de verdade, apesar de tudo o que já me disseram, o quanto já me machucaram. Uma mãe com uma espadinha no coração, de tão forte que vai ser.
Filho, você, mais do que eu, sabe o quanto esses 9 meses foram difíceis. Intensos, dolorosos, profundos ao máximo volume. Vi morrer tanta coisa... Mas talvez seja necessário. É a morte que precede a mais preciosa da vida.
Te peço perdão por muita coisa. Coisas que só você sabe o quanto são irrelevantes. O quanto não passam de infundadas acusações, quando a gente, por amor é capaz de mover o mundo.
E eu movi o mundo para trazer você. Encarei desafios. Enfrentei medos. Convivi com a solidão. Hoje, estamos só nós dois, exatamente quando começamos. Lembra do que eu já conversava com você, quando ainda era apenas um coração?
Nossa cumplicidade comecou ali. E sabe o que é mais engraçado? Cuidei de ti, te dei amor. Você, hoje, é bem grandinho... Já eu... voltei a ser pequena.
Eu voltei a ser apenas um pequeno coração. Exatamente aquele que você era. As pessoas ( mas só aqueles que não sabem nada de profundidade e intensidade de carregar um filho) acham que bebês são frágeis. Mentira. Você é mais forte que eu, meu amor.
Porque te transformei em um guerreiro. Te dei toda a minha força.
E talvez, um dia eu reconheça que ser apenas um pequeno coração seja a melhor coisa do mundo.
Hoje, é você que me protege do mundo. Você que me embala para dormir depois de atitudes dolorosas de quem a gente tanto aprendeu a amar nesses meses. É o som do teu amor.
É você que carrega o meu coração, assim como sempre carreguei o seu. Muito antes de você existir.
Como falei: sou pequena. Pequena diante da dimensão de tudo isso. Pequena diante de um amor tão grande que chega a assustar. Que nos coloca contra a parede, dando a sensação que não vai existir amanhã.
Mas sabe de uma coisa: vai existir um amanhã. E ele está mais próximo do que nunca.
Não estamos sós. A esperança nos faz companhia e vai seguir com a gente até o momento de ouvir seu chorinho: o primeiro de muitos.
Meu coração ainda vai crescer. E sabe de alguma coisa? Não vou me despedir de você. Seremos sempre um só.
E já posso sentir: meu coração estará sempre fora do peito. Por você e para você.
Vamos conseguir pintar esse mundo.
Te amo, leãozinho. E seja bem-vindo. Estou esperando muito por você! Não precisa mais demorar. :)
beijo da mamãe do pequeno coração.
Falta pouco para deixarmos de ser um só. Isso poderia soar como uma carta de despedida, afinal, daqui a pouco você e eu não seremos um só coração, dividindo emoções que foram intensas.
Mas talvez, essa seja a única despedida que vem como motivo de alegria: vou poder abraçar você, esquentando com minhas próprias mãos. Vou poder apertar sua bochecha e beijar o seu pé.
Imagino que eles tenham tons de rosa. Assim como meu coração vai voltar a ser: rosinha, em um tom de criança, porque nesse dia, estarei nascendo de novo.
Estaremos nós dois nascendo para um mundo. Que espero, eu finalmente, seja colorido.
Faz alguns meses que não vejo cores. Que tudo parece cinza e você é meu único motivo, minha única força, minha única luz.
Por isso, descobriremos juntos esse mundo novo, repleto de doces e delicados sons, chocalhos, de vida e sorrisos.
Através de você, vou nascer de novo como mulher e pela primeira vez como mãe.
Uma mãe de verdade, apesar de tudo o que já me disseram, o quanto já me machucaram. Uma mãe com uma espadinha no coração, de tão forte que vai ser.
Filho, você, mais do que eu, sabe o quanto esses 9 meses foram difíceis. Intensos, dolorosos, profundos ao máximo volume. Vi morrer tanta coisa... Mas talvez seja necessário. É a morte que precede a mais preciosa da vida.
Te peço perdão por muita coisa. Coisas que só você sabe o quanto são irrelevantes. O quanto não passam de infundadas acusações, quando a gente, por amor é capaz de mover o mundo.
E eu movi o mundo para trazer você. Encarei desafios. Enfrentei medos. Convivi com a solidão. Hoje, estamos só nós dois, exatamente quando começamos. Lembra do que eu já conversava com você, quando ainda era apenas um coração?
Nossa cumplicidade comecou ali. E sabe o que é mais engraçado? Cuidei de ti, te dei amor. Você, hoje, é bem grandinho... Já eu... voltei a ser pequena.
Eu voltei a ser apenas um pequeno coração. Exatamente aquele que você era. As pessoas ( mas só aqueles que não sabem nada de profundidade e intensidade de carregar um filho) acham que bebês são frágeis. Mentira. Você é mais forte que eu, meu amor.
Porque te transformei em um guerreiro. Te dei toda a minha força.
E talvez, um dia eu reconheça que ser apenas um pequeno coração seja a melhor coisa do mundo.
Hoje, é você que me protege do mundo. Você que me embala para dormir depois de atitudes dolorosas de quem a gente tanto aprendeu a amar nesses meses. É o som do teu amor.
É você que carrega o meu coração, assim como sempre carreguei o seu. Muito antes de você existir.
Como falei: sou pequena. Pequena diante da dimensão de tudo isso. Pequena diante de um amor tão grande que chega a assustar. Que nos coloca contra a parede, dando a sensação que não vai existir amanhã.
Mas sabe de uma coisa: vai existir um amanhã. E ele está mais próximo do que nunca.
Não estamos sós. A esperança nos faz companhia e vai seguir com a gente até o momento de ouvir seu chorinho: o primeiro de muitos.
Meu coração ainda vai crescer. E sabe de alguma coisa? Não vou me despedir de você. Seremos sempre um só.
E já posso sentir: meu coração estará sempre fora do peito. Por você e para você.
Vamos conseguir pintar esse mundo.
Te amo, leãozinho. E seja bem-vindo. Estou esperando muito por você! Não precisa mais demorar. :)
beijo da mamãe do pequeno coração.
quarta-feira, 18 de janeiro de 2012
coração
meu coração. essa rima sem verso.
sem nexo.
esse salto do peito: sobressalto.
meu coração. esse pulo de alegria.
essa pancada de tristeza.
que bate.
meu coração:
essa poesia que nunca sai do peito.
sem nexo.
esse salto do peito: sobressalto.
meu coração. esse pulo de alegria.
essa pancada de tristeza.
que bate.
meu coração:
essa poesia que nunca sai do peito.
sexta-feira, 6 de janeiro de 2012
Caio F. de Abreu
"Ela é uma moça de poses delicadas, sorrisos discretos e olhar misterioso. Ela tem cara de menina mimada, um quê de esquisitice, uma sensibilidade de flor, um jeito encantado de ser, um toque de intuição e um tom de doçura. Ela reflete lilás, um brilho de estrela, uma inquietude, uma solidão de artista e um ar sensato de cientista. Ela é intensa e tem mania de sentir por completo, de amar por completo e de ser por completo. Dentro dela tem um coração bobo, que é sempre capaz de amar e de acreditar outra vez. Ela tem aquele gosto doce de menina romântica e aquele gosto ácido de mulher moderna."
quarta-feira, 4 de janeiro de 2012
Para você, o melhor de mim.
Para você guardei o amor que eu nem pensava em existir. E agora me pergunto: como esse amor, de tão grande, conseguiu ficar escondido por tanto tempo?
Não caberia em uma caixinha. Nem muito menos em uma gaveta. Trancada para não ir embora junto ao vento. E mesmo que coubesse em uma gaveta, ele não mereceria fazer companhia a solitárias cartas amareladas de amigos, ou quem sabe, de amores do passado. O que são esses amores perto de você, a maior carta que, mesmo ainda em branco, já escrevi?
Porque foi para você que guardei o melhor de mim. É como se a gente escolhesse uma música que ama e ela só tivesse o refrão. Isso mesmo: sua música preferida e a melhor parte dela, tocando sem parar. É assim que posso definir o melhor de mim.
Ou se fosse possível escolher sonhos em um jukebox. Sonhos doces de uma linda melodia. Cada noite escolheria um tom diferente para embalar o sono. Assim como um dia vou embalar você.
Dançando: talvez aí esteja o meu melhor. Dançando comendo brigadeiro de bolinha colorida no chão cheio de poeira de casa. Talvez algum vizinho de longe enxergue e ache engraçado.
Só que mais engraçado ainda é a camisa branca, grande, sem graça combinando com meu melhor sapato: os pés no chão.
Porque é assim que vejo o melhor de mim.
Talvez eu também encontre um pedaço do "meu melhor" em um banquinho de praça, junto a um pipoqueiro velhinho, brincando de enrolar algodão-doce.
E mais uma vez penso em você: podia ser você, uma doce ternura, sendo enrolado em uma pequena manta de algodão. E mais uma vez sinto amor.
Sinto como se pudesse estar no céu, pintando todas as nuvens de azul. Porque nos seus desenhos, as nuvens tem que ser azuis. Ou já viu lápis "colorido" que seja branco ter alguma graça?
Talvez você ria disso e seja uma risada tão gostosa que vai fazer cócegas no meu coração. E que fique bem claro: vai ser a primeira vez na vida que vou ver risada fazendo cócegas. Geralmente, acontece o contrário.
E mais uma vez descubro o melhor de mim: cócegas no pé. Isso não é divertido, mas é um segredo tão grande como o meu coração.
Agora que já amo você, não temos mais segredos. Você acabou de descobrir que guardei esse tempo todo, todo meu amor, exatamente no coração. Afinal, não existe gaveta que guarde mais lembranças do que essa.
E como um amor tão grande conseguiu ficar guardado tanto tempo no meu pequeno coração?
Por você, meu bebê, eu tento ser muito melhor. E para isso, o meu coração precisa ser tão grande quanto o nosso amor.
Não caberia em uma caixinha. Nem muito menos em uma gaveta. Trancada para não ir embora junto ao vento. E mesmo que coubesse em uma gaveta, ele não mereceria fazer companhia a solitárias cartas amareladas de amigos, ou quem sabe, de amores do passado. O que são esses amores perto de você, a maior carta que, mesmo ainda em branco, já escrevi?
Porque foi para você que guardei o melhor de mim. É como se a gente escolhesse uma música que ama e ela só tivesse o refrão. Isso mesmo: sua música preferida e a melhor parte dela, tocando sem parar. É assim que posso definir o melhor de mim.
Ou se fosse possível escolher sonhos em um jukebox. Sonhos doces de uma linda melodia. Cada noite escolheria um tom diferente para embalar o sono. Assim como um dia vou embalar você.
Dançando: talvez aí esteja o meu melhor. Dançando comendo brigadeiro de bolinha colorida no chão cheio de poeira de casa. Talvez algum vizinho de longe enxergue e ache engraçado.
Só que mais engraçado ainda é a camisa branca, grande, sem graça combinando com meu melhor sapato: os pés no chão.
Porque é assim que vejo o melhor de mim.
Talvez eu também encontre um pedaço do "meu melhor" em um banquinho de praça, junto a um pipoqueiro velhinho, brincando de enrolar algodão-doce.
E mais uma vez penso em você: podia ser você, uma doce ternura, sendo enrolado em uma pequena manta de algodão. E mais uma vez sinto amor.
Sinto como se pudesse estar no céu, pintando todas as nuvens de azul. Porque nos seus desenhos, as nuvens tem que ser azuis. Ou já viu lápis "colorido" que seja branco ter alguma graça?
Talvez você ria disso e seja uma risada tão gostosa que vai fazer cócegas no meu coração. E que fique bem claro: vai ser a primeira vez na vida que vou ver risada fazendo cócegas. Geralmente, acontece o contrário.
E mais uma vez descubro o melhor de mim: cócegas no pé. Isso não é divertido, mas é um segredo tão grande como o meu coração.
Agora que já amo você, não temos mais segredos. Você acabou de descobrir que guardei esse tempo todo, todo meu amor, exatamente no coração. Afinal, não existe gaveta que guarde mais lembranças do que essa.
E como um amor tão grande conseguiu ficar guardado tanto tempo no meu pequeno coração?
Por você, meu bebê, eu tento ser muito melhor. E para isso, o meu coração precisa ser tão grande quanto o nosso amor.
terça-feira, 3 de janeiro de 2012
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