sábado, 26 de março de 2011

A sorte foi lançada

Anamaria pegou o
buquê de casamento mais disputado da cidade.Casamento chique aquele.
Com direito a Castelo medieval, o melhor padre da região, e até pratos que eram escolhidos pela
nacionalidade.

E ainda tinha o grande astro da festa: o vestido de casamento.
Só naquele vestido,meu deus, a noiva poderia comprar um carro popular de presente para seus futuros 3 filhos. E olhe que ela só queria um.

E Anamaria nem era tão chique assim. Conheceu a noiva na fila de uma lotérica. Sorte? Talvez.

Fila imensa. Notando a preocupação da fina moça , afinal, vida de noiva é bem corrida, Anamaria cedeu o lugar da fila.

Desde então, virou melhor amiga de Carla Patrícia.

Ensinou a garota a pintar a mão, deu truques de maquiagem e ainda ajudou no discurso de casamento. Era o sonho da vida de Carla patrícia. Era o comeco do sonho de Anamaria.

Mal sabia que a fila na loteria mudaria sua sorte. Pegou o buquê de casamento. Meu deus. “ Será que meu futuro marido está aqui?” Pensou olhando por entre convidados.

Focou em um deles, que focado na “nacionalidade brasileira” do buffet, ficou constrangido, por ser pego em flagrante, tentando morder um caranguejo sem nem usar o martelo.

Olhou um pouco mais adiante e viu um bêbado engraçado dando em cima de todas as madrinhas. Corou. Podia ser qualquer um deles.

A sorte do amor estava lançada. E entre tantas ricas donzelas, foi Anamaria quem pegou.

Mal sabia Anamaria que sorte de buquê é sorte jogada. E dos outros.É praticamente um
bomborim da infância.

Que azar. Seu marido seria simplesmente escolhido da mesma forma.
Aliás, como muitos casamentos também são. Ficou ali entre várias mulheres, tentando chamar atencão, pulando desesperada.

Casou com o próprio buquê. Casaria com qualquer um, que por sorte, cruzasse o seu caminho. Casou com qualquer um que de fato cruzou o seu caminho.
Por sorte, era o moço do caranguejo.

Mas como ao contrário do buquê, casamento não é feito só de flores, a coisa não deu muito certo. Em pouco tempo, já não suportava mais o jeito dele comer.

E aquele romance nem tinha tanto encanto. Já não suportava mais vê-lo ensaiando a marcha nupcial para tentar fazer Anamaria sorrir.

Mal sabia ela que destino, não necessariamente significa sorte.
Desviou o caminho da loteria pra sempre. Nunca mais foi a um casamento.

E se pudesse voltar no tempo, com certeza, daria aquele buquê, aliás, aquele marido, à primeira convidada desesperada.

Aquela que pulava com um salto agulha 25 cm merecia mais.

quarta-feira, 23 de março de 2011

Porquinho 2

Tempo é dinheiro. Acho que o porquinho de moeda engoliu um relógio.