sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Inflação.

Se teu sorriso me faz economizar anos, vou gastar tudo em felicidade.

Sobre a dor ser inspiração.

Quando mais escrevo sobre a dor, mas ela se dissipa. Quando mais ela se dissipa, mais meu papel fica em branco.

sobre dores faladas.

Colecionava palavras e corações partidos. se feriu com todos.

Inspiração.

Quanto mais escrevia, mais perto ficava dele. E ainda tem gente que acha avião mais importante que máquina de escrever.

Sobre a velocidade do tempo.

Conseguiu se apaixonar por ela mais rápido que uma máquina Polaroid. Guardou a foto de lembrança.

Polaroid.

Quando criança, tinha mania de coisas impossíveis do tipo: esquecer o sorriso dela.

Sobre presentes impossíveis.

Você me prometeu o céu e me enganou com seu amor que tinha cheiro de algodão-doce.

insustentável leveza.

só não carrego saudade no peito, porque carregando tanto peso, seria difícil chegar até você.

Aumentar o volume do amor.

Te amei em segredo, como quem ama baixinho, pra não acordar a solidão.

Anônimo.

o sentimentou chegou. e ninguém me apresentou.
chamei assim. de sentimento sem nome.
se um dia virou amor, não lembro do nome de quem
um dia me apresentou pra dor.

além das nuvens


Não existe o outro lado do céu.
mas também não existe amor que não se dissipe
no meio das nuvens.
amor que vira chuva. e faz o céu virar lágrima.
do outro lado da rua.

Espaço teu

coração de várias pontas e algumas arestas.
ou frestas. só para o sol brincar de iluminar o meu dia.
assim como você.

Quando o mundo escapar pelas mãos.

O mundo é bem maior do que você pode ver, mesmo que tenha esse olho tão lindo de jabuticaba. É bem maior do que seu abraço quando acorda, ou quando somente tenta abraçar o mundo. O mundo é grande pra sua mão pequena que ainda tem um monte de furinho. Essas pequenas barrocas de mão que denunciam o quanto você ainda é pequeno, mesmo crescendo em tão pouco tempo. O mundo é muito maior do que você consegue pensar. Maior que a sua mamãe-girafa. Maior que o ônibus que sempre deixa você de boca aberta na rua. O mundo vai ser maior do que a sua imaginação. E que competição acirrada. Mas pra mim, quando estou com você, tudo fica pequeno. Tudo parece menor. Até o mundo. Afinal, mesmo que o ônibus seja gigante e sua imaginação planetária, o mundo ainda é pequeno em comparação ao tamanho do meu amor.
=***


te amo, meu quase 1 ano e 6 meses.
Meu quase ontem.
E minha felicidade, toda.

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Pela janela.

Com teus olhos de criança, voltei a acreditar no mundo. Não esse que você imagina, cheio de jujuba ou nuvens que desenham animais. Mas um mundo em que eu possa parar pra desenhar. Seja você, sejam os animais. Mas pude ver cores que já nem mais lembrava que tinha guardado só pra mim. Tentei te ensinar a desenhar, mas descobri que até isso estava aprendendo com você. Ué, se desenhar é minha inspiração, é claro que isso tudo tem a ver com você. Se coloco um sol na janela, é só porque você me ilumina sempre. E isso nem tem nada a ver com me acordar mais cedo, porque agora, você está aprendendo comigo a maravilha que é dormir bastante. Mas pelos teus olhos de criança, eu pude ver o mundo com minha imaginação. Eu pude ver um cachorro feito de lego, mesmo que ele nem tivesse boca pra latir. Você estava latindo, aos risos, tirando todo o meu pranto. Te vi arrastando cadeira. E desde quando arrastar cadeira tem a ver com bagunça, e não apenas com arrumação? É você, arrumando e desarrumando meu mundo. Trazendo um pouco de ordem para todos os meus sonhos, que há muito tempo estavam esquecidos. Pelo mundo, talvez. Ou passando pela janela, que nada tem a ver com teus olhos de criança. Por essa janela, voltei a ver o mundo lá fora. E se brincar, ou se você estiver brincando nele, as nuvens desenham sim, animais. Ou pode ser apenas o seu rabisco no papel tentando me dizer qualquer coisa que me faça feliz. Só não consigo mais imaginar esse meu mundo colorido sem você.

Novos horizontes

Um gesto de carinho. Foi assim que ela pensou vendo a linha do horizonte pela terceira vez no mesmo dia. Imaginou que caminhos poderia existir por ali. E como o mar, em sua loucura, poderia traçar uma linha imaginária tão coerente com seus sentimentos.
Pensou em sair nadando com a intenção de esquecer alguma lembrança. De correr pro abraço, ou somente pra deixar pra trás alguma coisa.
Era isso. Precisava deixar alguma coisa pra trás, só pra descobrir o quanto teria sorte, o quanto sentiria saudade. O quanto correria de volta. A linha do horizonte ficou distante de novo. Seus pensamentos tortos, mas foi por esse caminho que finalmente, ela voltou pra casa. 

Tudo cinza.



Não é de se espantar que o jornal tenha esse cinza da cor do meu céu, desde que você embora. Imagino que o mundo inteiro esteja em conspiração para a cada dia perder menos cor.
Das cores, eu fiz um lamento. Pode ser setembro, primavera, ou outono. Sem você, os dias pairam, mas não param. Me vejo pensando em como tudo podia ser diferente, se você tivesse lido o jornal antes de ir embora.
Talvez, sentasse um pouco mais e tomando um café, você lembrasse o gosto de cada manhã. Ou talvez você achasse que o mundo precisa mesmo de mais cor.
Não sei como isso tudo vai virar lembrança dentro de mim. Mas no jornal, que não mostra as pequenas coisas, eu posso ver meu coração. Grande coisa. Ele ficou cinza também.

Qualquer ritmo.

Não era uma dança qualquer. Ela flutuava como há muito tempo não fazia qualquer outra coisa sem explicação. E nesse ritmo, esquecia a própria música. Saberia que aquele momento virava lembrança, como se pudesse ser fotografada no exato momento em que seu coração bateu mais forte. Só o silêncio. Era isso que ouvia. Sua solidão se calava pra ouvir aquela música. Não pensava em nada. O medo tinha se tornado tão pequeno, que se tentasse dar qualquer passo à frente, entraria na mesma dança. Desengonçado, preferiu nem arriscar. Talvez fosse amor. Talvez fosse só uma dança. Talvez não pensasse no que viria a ser depois. Não podia ter ritmo, mas fazia o tempo parar. Pena que a música acabou.