quarta-feira, 22 de abril de 2015

A dançarina e o astronauta.


Dança, dança. E flutua. Lá no alto do céu, dava para ver uma pequena bailarina. Das estrelas, fazia um caminho. Um passo, largo. Dança que flutua. E de mais alto ainda, o astronauta. Cabeça nas nuvens e pés no chão. Quem dera ele ser tão leve quanto a bailarina. No meio do vazio daquele espaço, se sentia sempre cheio. Sufocado entre estrelas cadentes e nuvens de algodão. E que veloz era o som que chegou até ele. Talvez uma melodia, doce como passo de criança. Era a menina bailarina, brincando de ser lua. Mais rápido que um foguete chegou até onde não podia. Coração de astronauta. Sem dono, sem lua. Sem bandeira fincada em canto nenhum. A não ser naquela melodia. Convidou o astronauta para dançar, a bailarina. Que desajeitado era esse amor. Cada um com a sua gravidade. E nada podia ser mais grave que a distância de dois corações. Se a gente ficar longe como vamos medir a saudade? Anos-luz? Talvez. O céu nunca mais seria o mesmo. O tempo passou que nem foguete e lá do silêncio do universo deu para ouvir um coração batendo mais forte. Tudo ficou iluminado.
Tum-tum. O astronauta girou e a bailarina flutuou. O que ele poderia dar para que a bailarina nunca o esquecesse? Mais estrelas no céu? Talvez. Para esse tipo de amor, só isso basta.



Quem?



Quem muito vai embora sempre tem pressa em chegar ao fim do amor.