segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Pela janela.

Com teus olhos de criança, voltei a acreditar no mundo. Não esse que você imagina, cheio de jujuba ou nuvens que desenham animais. Mas um mundo em que eu possa parar pra desenhar. Seja você, sejam os animais. Mas pude ver cores que já nem mais lembrava que tinha guardado só pra mim. Tentei te ensinar a desenhar, mas descobri que até isso estava aprendendo com você. Ué, se desenhar é minha inspiração, é claro que isso tudo tem a ver com você. Se coloco um sol na janela, é só porque você me ilumina sempre. E isso nem tem nada a ver com me acordar mais cedo, porque agora, você está aprendendo comigo a maravilha que é dormir bastante. Mas pelos teus olhos de criança, eu pude ver o mundo com minha imaginação. Eu pude ver um cachorro feito de lego, mesmo que ele nem tivesse boca pra latir. Você estava latindo, aos risos, tirando todo o meu pranto. Te vi arrastando cadeira. E desde quando arrastar cadeira tem a ver com bagunça, e não apenas com arrumação? É você, arrumando e desarrumando meu mundo. Trazendo um pouco de ordem para todos os meus sonhos, que há muito tempo estavam esquecidos. Pelo mundo, talvez. Ou passando pela janela, que nada tem a ver com teus olhos de criança. Por essa janela, voltei a ver o mundo lá fora. E se brincar, ou se você estiver brincando nele, as nuvens desenham sim, animais. Ou pode ser apenas o seu rabisco no papel tentando me dizer qualquer coisa que me faça feliz. Só não consigo mais imaginar esse meu mundo colorido sem você.

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