sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Não contém glúten.

Sábado. 17h. Chama-se por alguns, a hora do quase rush na padaria. Sim, parece que as pessoas estão enlouquecidas, correndo com ansiedade atrás do pão ou do leite mais quentinho. Um momento que, para quem está de fora, parece mais um leilão.
Mas aquele dia foi um pouco atípico. A moça com o olhar triste, que sempre deixava o seu cachorro do lado de fora – para ganhar a simpatia das pessoas e ela não precisar disso – estava solitária na estante dos pães de saquinho especiais. Já passava minutos ali, parada, só pensando na sua difícil escolha. Depois do canal de televisão, esse parecia ser o momento de mais dúvida para ela. Foi aí que um cara não muito simpático se aproximou. Ela já esperava algum tipo de elogio para seu cachorro. Claro, esse era o meio de comunicação mais eficaz quando ela tinha coragem de sair de casa. Mas não. Ele não queria exatamente isso. Ele pegou, educadamente, um saquinho de pão para ela. Foi quando ela tremeu e ouviu a voz mais bonita do mundo: Não contém glúten. A partir desse dia, não só a sua vida mudou. A dieta ficou, digamos, bem diferente. Ela nem sabia águas por que o tal glúten era tão importante para sua vida. Mas algumas coisas não se explicam, não é mesmo?

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