quinta-feira, 20 de maio de 2010

Deixe o amor em silêncio.

Desde quando o céu era azul, pintado a mão,
Por quem achou que podia abraçar o mundo.
- o amor tem dessas coisas.
Escutava marina, por uma pequena fresta na janela.
Vindo de um passarinho que encantava a manhã e cantava a doçura.
Dizem que só quem ama é capaz de entender o canto dos pássaros.
E só quem vive o amor é capaz de pintar o céu de azul.
São vários tons. De poucas músicas.
Não há lembrança que resista a uma música.
Nem saudade que não escute o canto dos pássaros.
Porque na solidão que você me deixou,
Tornou-se o silêncio.
Presente de quem vai.
Desmantelo de quem fica.
E desse silêncio, eu posso escutar melhor o que nunca havia pensado.
Eu posso ouvir pensamentos, que você já lia
Antes mesmo de eu disfarçar o que você não conhecia.
Como podia ser capaz, você de ler os meus pensamentos?
Você era capaz de ler o que eu ainda não escrevia.
Porque era na faltava de você, que me sobrava inspiração.
Era na sua falta que o céu deixava o azul pelo amarelo.
Era minha solidão que ia escrevendo, como uma mão delicada que vai conduzinho cada palavrinha em direção a meus sentimentos.
Longo é o caminho.
Longo é o caminho dos sentimentos através das palavras.
Tortuosas linhas. Que na minha ilusão, pareciam retas.
Não eram.
Eu podia ilustrar tudo isso com algum desenho que me lembre você.
Mas naquele pequeno espaço, não caberia essa solidão.
Podia ser uma casa vazia.
Poderia ser um pequeno espaço do tempo em que tudo foi perdido.
Podia ser.
Mas que mania tem o tempo de não ser concreto.
Nem o tempo, nem a solidão, eu não posso conduzir pelas minhas mãos.
Mas aonde vou chegar, levo o sentimento.
Não risco a solidão.
Nem apago o que você ainda não viu.
Mas que surpresa.
Eu consegui ler seus pensamentos.
Não diga nada.
Acho que você também está escutando algum canto.
Que encanto.
E que ilusão é o amor.

Nenhum comentário: