quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Se eu te contar, tu guarda segredo?

Era uma vez um menino que adorava contar segredos.
Porque no seu mundo de menino amarelo, segredo era uma forma de ficar mais perto de quem se ama.
Era como dar o coração a alguém E mais que isso: era pedir para essa pessoa guardar o seu coração.
Porque se você notar, ao contar um segredo a alguém, você está compartilhando parte do seu coração. Que agora, passa a ser também do outro.
Ficou difícil?
É só pensar no amor.
O segredo mais antigo do universo.
Guardado a sete chaves em uma chave-mestra que abre todos os corações da humanidade.
Tudo bem, exageramos. Mas era o único jeito de fazer você entender que falar baixinho é uma forma de falar diretamente para o coração.
Ou você já viu alguém rezando bem alto, gritando para os 4 cantos do mundo?
Ih, parece que já vimos.
Deixa pra lá.
O que desejamos falar é que esse menino gostava de ouvir um sussurro em seu ouvido.
Contar um segredo baixinho é uma forma de transformar o vento em palavras.
Entenda a diferença: transformar o vento em palavras e não e jamais, em hipótese alguma,” jogar palavras ao vento”.

E que delícia é sentir o vento em palavras. Não existe nada melhor do que fazer isso e fechar os olhos. Ter que fechar os olhos quando o vento chega é uma forma de sorrir com os olhos. Algumas pessoas, como esse menino, são especialistas nisso.

Por isso, o segredo que esse menino queria contar hoje chegava diretamente do coração. E mesmo fazendo sorrir, era invisível aos olhos. E só ele entendia.


No mundo fofinho dos segredos, interpretar um coração é um dom tão difícil quando não desejar sorvete no verão.

Mas ele, graças ao vento e ao sorvete de morango, também tinha o dom de interpretar o coração.

Dizem que o amor é cego. Por isso, tocando em seu próprio, ele podia sentir, como se fosse em braile.

Mas fala logo, estamos ficando curiosos.
Afinal, qual era o seu segredo?



“eu te adoro”.

Disse seu coração bem baixinho para o vento.
Nessa hora, o menino que adorava contar segredos, corou.
Como pode?

Mas daí ele interpretou seu coração e entendeu que “eu te adoro” é o amor mais tímido que existe.


e como já era verão, ele ganhou um sorvete de morango.

(esse ele não ia dividir com ninguém)

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