segunda-feira, 8 de julho de 2013

A música acabou

Por muito menos, eu te faria uma música. Não pra dançar, porque você não parece ter o mínimo jeito pra isso. Não que eu tenha. Mas se essa música tocasse eu te chamaria pra dançar, só na tentativa de te colocar tão perto de mim quanto se a gente tivesse tamanha desenvoltura pra isso. Na verdade, essa é a graça. O pretexto pra ter você tão de perto que nem sequer daria pra te olhar direito. Em cada passo, a gente nem conseguiria andar pelo chão. Mas a gente pode tentar ensaiar uma música que você goste. Que com certeza não vai ser melhor que a aquela que quase te escrevo. Está na minha cabeça. Cada letra, ritmo, melodia. É meio fora de ritmo, tem uma parte que parece um samba. E que clichê é falar de samba quando quero te dizer qualquer rima triste só para não te esquecer. Invento um passo esquisito  e você sorri como se já soubesse que aquele seria o meu jeito de te provocar. Você para um pouco, como quem quer ir embora. Não pra me deixar, mas pra aquele momento ser só nosso. Eu digo que essa música é nossa, mas nesse momento faz silêncio. Você como sempre não me entende. Mas eu vou embora e levo a saudade. Não levo você comigo. Não do jeito que queria. Mas te levo, assim, de repente, no meio da noite, como um pensamento que tenta virar letra. Será que vai sair aquele samba?
Que seja qualquer coisa de triste. E que seja qualquer coisa pra te trazer de volta. Assim, pro meu abraço, dançando até bem depois da música acabar.

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