quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Luneta

Tinha um brilho diferente nos olhos de Carola.
Ela chegou a supor que poderia ser a lua.

A lua tem dessas coisas. Vez por outra, tem mais estrelas a seu redor do que o normal.

E isso não poderia ser à toa.

Porque foi exatamente nessa época que olhar de Carola tinha mais estrelas ao redor.

Coisa de menina romântica que ainda faz da lua, um filme na noite de sábado. Olhar a lua faz bem à alma, já dizia a menina.
E amar faz bem aos olhos. Como assim?

Começou a dizer que o amor é cego desde que foi ofuscada por um brilho intenso. E esse brilho, nem as estrelas podia roubar.

Nem as estrelas podiam roubar o tal menino de Carola.

O céu, talvez, tenha alguma permissão.

Mas só porque era lá que ela vivia desde que foi ofuscada. O amor não é cego. O amor cega.

E sem ver ela poderia sentir. ( talvez nesse momento, a lua tenha se escondido por trás das nuvens)

Muito mais. E de verdade.

Um comentário:

Rafael Ucha Campos disse...

Estaremos voltando, um dia, com a programação usual :)

E gostei muito do texto! Vou ficar atento a isso ;)